Quando Drácula foi para a Islândia e virou outro personagem

O negrume da noite se espraia pelas terras esquecidas. Não há brilho de estrelas neste lugar e a Lua, mesmo que saindo, se recusa a derramar sobre a terra o seu véu prateado. O frio enregelante acossa as minhas entranhas, mesmo eu estando de pé em frente a imensa lareira. O vento uiva como um lobo espectral e o manto do medo cobre o castelo onde estou. Tremo mais uma vez, o ranger das tábuas velhas ao sabor do vento me deixa inquieto. O ar se torna pesado e o vapor do meu hálito se condensa. O frio se torna mais cruel. O barulho açoita meus ouvidos e as criaturas da noite fazem-se escutar.

Eu não queria estar aqui depois das minhas experiências naquele lugar remoto na Romênia. Aqui, nas geladas terras da Islândia, pensei estar protegido do mal eterno, mas eu não me livrei, pelo contrário! Estou face a face a ele de novo, mas nada vejo. A mão gelada toca minha face e, num instante que pareceu durar uma eternidade, sinto que agora, não escaparei desta vez. Fecho os olhos e rezo, mas Deus não me ouvirá, eu sei disso. Continuar lendo “Quando Drácula foi para a Islândia e virou outro personagem”

Equívocos comuns sobre castelos medievais

Quando você pensa em um castelo medieval, o que vem à sua mente? Torres imponentes, cavaleiros com armaduras brilhantes, salões escuros iluminados por tochas e espadas cruzadas nas paredes? Essa imagem é irresistível… e mentirosa

A verdade sobre os castelos medievais é muito mais diversa, surpreendente e, em muitos casos, bem diferente do que o cinema, os livros e as séries nos fizeram acreditar. Eu sou André e farei o favor de acabar com seus sonhos de infância mostrando que tudo o que você acha que sabe sobre castelos é mentira.

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Guedelon ou projeto “Meu Castelo, Minha Vida”

A vida na Idade Média era uma maravilha, mas só se você fosse nobre, ricaço ou do clero, que seria nobre e ricaço automaticamente. Se você era peão, ferrou, já era, se deu mal, otário. Pessoal curte Idade Média por causa dos castelos, o que, convenhamos, é algo realmente muito maneiro. Eu também queria ter um castelo., daqueles bem fortificados e inexpugnáveis, como é o Vaticano. Pode ser um desses castelos ingleses ou franceses, mesmo. Ainda tem muitos por aí.

Quem deu uma sorte de comprar um terreno com um castelo em ruínas foi Michel Guyot. Tava lá o castelo e ele pensou uma coisa maluca: “E se eu juntar um monte de cabeças e reconstruir o castelo usando técnicas e ferramentas do século XIII?”. Era uma ideia absurda e insana, mas Michel não sabia disso. Por isso, começou o projeto da construção de Guedelon.

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