A origem cósmica do carnaval [REPOST]

E começou o Carnaval (infelizmente… ou felizmente, because feriado!). Em 2007, eu postei um artigo do Ronaldo Rogério de Freitas Mourão (1935 — 2014), um dos mais famosos astrônomos brasileiros, fundador do Museu de Astronomia e Ciências Afins e pesquisador do Observatório Nacional. Ele escreveu sobre o carnaval e deu uma aula sobre Astronomia, História e Linguística. Assim, eu resolvi repostar o texto, de forma que não fique mais perdido do que já está

Continuar lendo “A origem cósmica do carnaval [REPOST]”

A Primeira Última Morada de Tutmés II

A descoberta da tumba de Tutancâmon em 1922 foi um choque na comunidade acadêmica e na vida das pessoas. Finalmente pudemos ter um vislumbre do poder, glória e opulência de um rei egípcio, ainda que fosse irrelevante – sim, pois é. A importância de Tut foi ter sua tumba encontrada intacta, com toda a sua riqueza. Agora, o papo é outro, pois outro rei foi descoberto (já falei inúmeras vezes para pararem de chamar reis egípcios de “faraós”). A New Kingdom Research Foundation descobriu a localização da tumba original de Tutmés II.

Original? Sim, leia o texto para entender! Continuar lendo “A Primeira Última Morada de Tutmés II”

X tem sido usado para representar amor e beijos por séculos. Mas como isso começou?

Por Katie Barclay
ARC Future Fellow e Professor,
Universidade Macquarie

“1.000 cartas e 15.000 beijos”, gritava a manchete de uma edição de 1898 do jornal inglês Halifax Evening Courier. Harriet Ann McLean, uma lavadeira de 32 anos, meteu o quitandeiro (é um hortifruti do tempo do seus avós) Francis Charles Matthews por renegar a promessa de casamento. O argumento dela foi que eles passaram uma década namorando… por carta. Harriet recebeu 1.030 cartas contendo 15.000 cruzes de seu “amoroso, precioso e futuro marido Frank”.

Em 1898, usar um X como beijo era comum entre os escritores de cartas britânicos — principalmente os da variedade mais “comum”: os criados, comerciantes e trabalhadores de lojas cada vez mais alfabetizados, cujos bilhetes de amor arrancavam risadas quando seus relacionamentos em decadência os levavam ao tribunal. Continuar lendo “X tem sido usado para representar amor e beijos por séculos. Mas como isso começou?”

A história de um motim no exército romano

Os guerreiros estão fugindo. A dor das feridas ainda cicatrizando é a mola mestra de sua fuga. Eles não querem mais castigos, não querem mais sofrimento, mas será sofrimento que eles irão enfrentar. Soldados estão atrás deles e o que se seguirá se forem pegos será muito pior que a morte, embora ela virá de qualquer forma, mas não sem antes receberem tratamento especial. Nas terras gélidas na fronteira norte da Britânia romana, uma história de desespero e sobrevivência estava prestes a se desenrolar. O cenário era uma campanha militar, cujo general que sonhava com os olhos abertos – o pior tipo de homem, segundo T.E. Lawrence. Entre suas tropas, um grupo de auxiliares carregava não apenas suas armas, mas também o peso de um destino que nenhum deles poderia prever.

Esta é uma história de violência, de luta pela liberdade e até mesmo de canibalismo. Continuar lendo “A história de um motim no exército romano”

O prédio que é uma máquina do tempo

É difícil ter um vislumbre do passado. Mais difícil ainda é ver como esse passado foi sendo alterado com o passar dos anos. Seria legal se pudéssemos viajar pelo tempo e vermos a evolução da arquitetura, por exemplo. Bem… acontece que você pode. No coração de Istambul, Turquia, um na bucólica rua Alaykoskü, no distrito de Cagaloglu, temos um instantâneo palpável da História. Tendo 1.800 anos, um prédio nos ensina um pouco sobre como nossos ancestrais (diferentes deles) construíam. Continuar lendo “O prédio que é uma máquina do tempo”

O caso dos memes e dos fantasmas romanos

Histórias misteriosas envolvendo o Sobrenatural de Almeida são algo que sempre apareceram na história da Humanidade, desde que começou a História, ou mesmo antes dela. No caso de Roma, sua cultura e religião estavam tão misturadas que muitos relatos acabam com influência de maldições, milagres, ações de deuses, fantasmas e outros seres do além, do aquém e adonde que véve os mortos. Um exemplo disso é uma carta de Plínio, o Jovem, que escreveu ao seu amigo sobre uma casa mal-assombrada e um cético que resolveu enfrentar os fantasmas que lá habitavam. Continuar lendo “O caso dos memes e dos fantasmas romanos”

No mundo greco-romano também havia pais de pets

O escritor romano Cláudio Eliano (séculos II e III E.C.) nos conta uma história curiosa sobre um menino e uma cobra de estimação:

Um menino comprou uma pequena cobra e a criou com muito cuidado. Quando ela cresceu, ele falava com ela como se ela pudesse ouvir, brincava com ela e a deixou ficar em sua cama enquanto ele dormia. Quando ela ficou muito grande, a cidade a mandou para um lugar desabitado. Mais tarde, quando a criança, agora um jovem, voltou de uma diversão, ele e seus companheiros foram atacados por bandidos. Houve uma comoção, e a cobra apareceu. Ela dispersou alguns dos atacantes e matou outros, salvando o jovem.

O menino teve sorte. Sua cobra de estimação lembrou-se de sua gentileza anterior e veio salvá-lo em seu momento de necessidade, se pudermos acreditar na história.

Este é um dos muitos contos do mundo greco-romano sobre pessoas e seus animais de estimação. Assim como hoje, as pessoas naquela época amavam e gostavam da companhia de animais em suas casas. Então, que tipos de animais de estimação eles tinham e o que sabemos sobre eles? Continuar lendo “No mundo greco-romano também havia pais de pets”

Grandes Nomes da Ciência: Tapputi-Belatekallim

Os olhos bem delineados com Kohl negro estão fixos. Mais uma gota! Um suave agitar do frasco. O brilho nos castanhos olhos e um torcer no lábio fino, delicado, mas decidido mostra que sua dona está satisfeita. A mistura revolve no frasco e um espírito benévolo desliza para o ambiente trazendo a leveza, a magnífica onda de olor. A fina corrente de ouro traduz o status daquela mulher que fecha os olhos, deixando aparente a belíssima cor azul do lápis lazúli em suas pálpebras. Sim, está perfeito. As narinas se abrem e inalam a maravilha que produzira e aquela mulher se ergue num farfalhar de sua túnica rica em brocados e detalhes em ouro manda um dos seus servos registrar em um tablete de argila a sua conquista. Ela produzira a magia em forma de perfume, cujo aroma enfeitiçaria todos que sentissem reconhecendo-a como a mais grandiosa de seu tempo.

Ela, Tapputi, a primeira química da história!

Continuar lendo “Grandes Nomes da Ciência: Tapputi-Belatekallim”

Melhores artigos de 2024 parte 6

E chegamos ao último post da série de melhores artigos postados em 2024. Ainda estou de férias e os artigos ainda se seguirão.  Este ano o meu blog vai fazer 19 anos em setembro. Todo dia, todo momento, me lembro desse caminhar. E eu ainda continuo aqui, mesmo os blogs terem acabado. Eu ainda estarei aqui por muito tempo, nem que eu continue escrevendo sob a forma de HTML puro. Mas já que o WordPress ainda está vivo e bem, continuaremos na plataforma e… afinal, não sei mais o que estou escrevendo. Já é de noite no momento que estou escrevendo e estou cansado. É a última coisa que estou escrevendo em 2024. Posso enfim, descansar, dormir, talvez sonhar. Nos vemos em 2025!

Continuar lendo “Melhores artigos de 2024 parte 6”

Melhores artigos de 2024 parte 5

Eu dormi até as 11 da manhã. E vocês? Quer dizer, no momento que este artigo foi publicado, eu ainda estava dormindo. Agradecimentos sinceros à automatização de processos. Na verdade, eu escrevi ainda em dezembro e agendei para ser publicado enquanto curto as férias. Sabem o que são férias? Não? HAHAHA! Losers!

Hã, quero dizer, puxa, que chato. Vamos ler uns artiguinhos para nos distrair?

Continuar lendo “Melhores artigos de 2024 parte 5”