A Verdadeira História da Pedra da Roseta

O homem de uniforme azul para, em meio ao sol escaldante. Tira o chapéu e enxuga o suor naquele lugar que ele desdenhava por achar ser um recanto miserável, inculto, esquecido por Deus e o mundo. Aquele não era o seu conceito de civilização, ele queria ir para casa. Ele acompanha os seus soldados para mais um dia de serviço por ordem do Imperador. Ao chegar no ponto que tinha que estar e preparar para destruir tudo, ele viu algo inusitado. Uma pedra. Um pedregulhão, mas não era uma pedra comum. Era algo… diferente. Uma rocha trabalhada, um granito escuro que serviria para mudar o mundo, mas ninguém sabia. Para o homem, ainda era uma pedra, mesmo assim, mas o homem era curioso e o que ele viu quando chegou mais perto.

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Como remédios e tratamentos eram receitados de boca em boca

O Brasil é um dos campeões em automedicação. Normalmente, as pessoas não gostam de ir a médico. Ok, eu também não gosto, mas vou assim mesmo. Alguns não gostam e não vão, dando preferência por pegar indicações de tratamento com os conhecidos; com isso, pegam receitas e indicações de remédios e vão na farmácia comprar. Sim, eu sei o que você está pensando: alguns remédios precisam de receita médica, mas você sabe muito bem que sempre se tem uma amiga que consegue fácil mediante uns conchavos. Só que isso não é nenhuma novidade, ainda mais se formos para o passado, em que médicos eram raridade; ter dinheiro para pagar médicos, mais ainda! Então, como as pessoas se tratavam?

Na base do crowd sourcing.

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Aviões tiroteios e como você é burro e acredita nas primeiras impressões

Algumas coisas parecem óbvias demais, mas de tão óbvias são descartadas. A análise de dados brutos leva a pensamentos toscos e erros grosseiros, mesmo achando que faz muito sentido. Nem sempre faz. Por exemplo, a piada contumaz é que se você se candidata a governador no Rio de Janeiro, seu destino será ir pra cadeia. Bem, o raciocínio é divertido, mas saindo do exagero, é extremamente burro. mesmo porque, se foi preso foi porque cometeu crimes. Que bom que quem comete crimes vai pra cadeia, não?

De novo, a análise grosseira leva achar que se você prende criminosos, você está errado.

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Domus aurea, a casa dourada de Nero

A luz entra difusa pelas janelas estreitas. A brisa suave corre pelo ambiente e faz as velas bruxulearem, e a luz explode em uma miríade de brilhos dourados, iluminando deuses, heróis e ornamentos. Um suave abrir de portas e um som de passos quebram a calma, mas não a majestade do lugar. As sandálias de couro finíssimo ressoam sobre o chão de mosaicos e o teto abobadado e totalmente decorado testemunham um deus passando… ou ao menos era assim que ele se via.

As mãos para trás, o senhor daquele lugar olha a obra terminada e, no salão central, assente com a cabeça em sinal de regozijada aprovação. Aquela, sim, era uma casa. Aquele, sim, era um palácio. Algo digno de um rei, de um imperador, de um deus. De finalmente um ser humano poder morar. Continuar lendo “Domus aurea, a casa dourada de Nero”

A Engenhosidade dos Romanos

A história de Roma está cheia de construções incríveis e avanços tecnológicos que tornam as descobertas arqueológicas fascinantes. Os romanos são famosos por suas proezas de engenharia notáveis como estradas, pontes túneis ou seus impressionantes aquedutos. Muitas de suas construções ainda estão em pé, como um testemunho de suas habilidades superiores de engenharia e engenhosidade.

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O meme idiota que compara estradas romanas com estradas atuais

Você conhece o meme acima. Ele parece fazer total sentido, mas é apenas meme feito por jovem inculto, o tipo comum de jovem. Sim, as estradas romanas eram e são um feito admirável de engenharia de sua época, mas seriam totalmente inviáveis hoje… ou até seriam viáveis, mas isso acarretaria alguns probleminhas, que veremos mais para frente. De antemão, posso dizer que nada do que este memezinho idiota diz faz sentido. Nada!

Afinal, como eram as estradas romanas? As estradas dos antigos eram realmente melhores que as nossas, com toda a formação em ciência e engenharia? Vamos ver no Livro dos Porquês. Continuar lendo “O meme idiota que compara estradas romanas com estradas atuais”

A Verdadeira História da Morte

Quando a Indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
— Alô, iniludível!

Manoel Bandeira

Se há uma coisa realmente democrática, essa coisa é a Morte. Ela chega para todos nós, brancos, negros, indígenas, amarelos, inuítes etc. Todo mundo nasce, todo mundo vive um certo tempo, todo mundo morre, e isso é válido para todos os seres vivos. Não por acaso, todas as culturas tiveram e têm sua representação da Morte; entretanto, a mais usual hoje – e que permeia a nossa imaginação – é o Ceifador, usando um manto preto, capuz escondendo o rosto e uma enorme foice, daquelas que é preciso usar duas mãos para se usar. O Ceifador (em inglês, Grim Reaper) tornou-se parte da cultura pop, um ícone reconhecido através o mundo em livros quadrinhos, programas de TV, filmes e jogos como um indefectível símbolo da Morte. Como chegamos nessa figura sinistra, que possui diferentes representações, inclusive fofinhas como a Dona Morte do Maurício de Souza? De onde veio esta figura?

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A verdadeira história dos anjos

Anjos são personagens presentes em muitas mitologias, religiões e culturas. São entidades sobrenaturais com alguma incumbência, tarefa ou recado a ser dado, sendo praticamente, garotos-de-recado, mas não apenas isso. De acordo com as diferentes culturas, eles variam de verdadeiros sicários divinos ou apenas alguém servindo de carteiro, ou ainda estando lá apenas para ser puxa-saco divino. Continuar lendo “A verdadeira história dos anjos”

A origem da tonsura e cortes de cabelos dos monges

Você deve ter visto algum frade franciscano, e o que mais deve ser característico é seu corte de cabelo estiloso. Aquela careca, em que fica apenas um circulozinho de cabelo, é chamada “tonsura”. Mas você sabe de onde ela surgiu ou quem a criou? Certamente, você vai achar que foram os cristãos, mas não é bem assim.

Esta é mais uma edição do LIVRO DOS PORQUÊS Continuar lendo “A origem da tonsura e cortes de cabelos dos monges”

O Hino para Nikkal

Deixe-me louvar Nikkal e exaltar Hirihbi,
o rei do verão; Hirihbi, o rei da devastação
Nikkal, deixe-me exaltar e louvar!
Yarah é luz; então deixe Yarah banhar-te
Com luz

Este é um poema antigo, bem antigo. Encontrado na região de Ugarit, na atual Síria, este texto está num tablete de argila com escrita cuneiforme, mas não é no idioma ugarítico, e sim em hurriano, idioma dos hurritas, povo que lá vivia lá pelo século 15 A.E.C.. Só isso, já seria fascinante, mas a história não acaba aqui. Este poema é a letra de uma música, o Hino Hurriano para Nikkal, a peça de música mais antiga encontrada, datando entre 1400 e 1200 A.E.C., tendo sido descoberto nas bibliotecas da cidade de Ugarit, hoje chamada Ras Shamra. Continuar lendo “O Hino para Nikkal”