Em 1751 foi editado o primeiro volume da Enciclopédia, de Denis Diderot e Jean le Rond d’Alembert. A peripécia intelectual e editorial sem precedentes provocou na Europa, ao mesmo tempo, entusiasmo e aversão. A obra tinha a ambição de colocar ao alcance do leitor todo o conjunto de conhecimentos humanos derivados da razão. Mas, já no fim do século XVIII, o trabalho foi acusado de estar na origem da Revolução Francesa, dado que também o movimento bebeu na fonte do Iluminismo.
Alguns estudiosos do século XIX aprofundaram essa visão e identificaram nos volumes o triunfo do liberalismo reformador e a reabilitação do trabalho popular. O historiador francês Jules Michelet, por exemplo, exaltava em Diderot a alma e o caráter da revolução. Já o intelectual alemão Karl Marx avançava mais e denunciava o desvio do espírito das Luzes pela classe burguesa. Continuar lendo “A Enciclopédia, recenseamento do saber”
