
O sinistro grupo se reúne. Eles têm uma meta, uma ideia, um plano. Os homens sentados à mesa são homens poderosos, e a ideia deles é dificultar a vida das pessoas, prejudicá-las, mas eles não se importam; eles visam seus próprios interesses. Eles visam lucrar muito, sugar cada tostão das pessoas, se aproveitar das necessidades alheias. Este grupo nefasto ensinará ao mundo como agir, impedindo que as pessoas possam ter mais por menos. Eles ensinaram um conceito que hoje entendemos muito bem: a obsolescência programada.
Este grupo fabricava lâmpadas.
Se você sair de casa (a pé, de bicicleta, de carro, navio ou avião, ou tudo isso misturado ou alguns desses transportes) e for até o número 4550 da East Avenue, em Livermore, no estado norte-americano da Califórnia, você encontrará um posto de bombeiros. Não é um posto grande, já que a cidade também não é grande, tendo apenas cerca de 84.701 habitantes, segundo o censo de 2021.
Esse posto de bombeiros não teria nada demais, mas mostra um lado feio do Capitalismo que os surtados acham ser a realidade em todo o mundo em todas as empresas. Não que não estejam certos em determinados momentos, pois, até um relógio quebrado está certo duas vezes ao dia. O nome da prática em questão é “Obsolescência Programada”. Mas o que um posto de bombeiros teria a ver com isso? Bem, eles simplesmente têm a lâmpada mais antiga ainda em atividade, e por “atividade” eu quero dizer que ela nunca foi desligada desde 1901.
Não, você não leu errado nem errei o século. Ela realmente está ligada há 123 anos! Ela passou por todas as grandes catástrofes sociais como a Primeira Guerra Mundial, a Gripe Espanhola, a Crise de 1929, a Segunda Guerra Mundial, a Guerra da Coreia, a Guerra do Vietnã, as Guerras do Golfo e o surgimento do jovem.
A longevidade excepcional desta lâmpada levanta uma questão intrigante: como diabos ela conseguiu durar tanto tempo? Se você acha estranho porque nasceu num mundo já de lâmpadas eletrônicas e de LED, vou dar uma breve explicação: com o advento da eletricidade residencial, todo mundo correu para descobrir um meio para gerar luz por meios elétricos, sendo a própria eletricidade uma novidade.

Acendedor de lampião. As modernas
tecnologias causando desemprego
Até então, a iluminação era por meio de velas, gás encanado ou outras tecnologias, sobre as quais eu falarei daqui; e isso irá culminar na invenção da lâmpada elétrica, mas já posso adiantar uma coisa: sabe aquilo que você aprendeu sobre Thomas Edison ter inventado a lâmpada? Pois, é, não é bem assim. Mas, primeiro, um pouco de teoriazinha. Prometo que será breve.
O princípio é o postulado de Bohr, que pode ser traduzido que se você ceder energia (seja de que tipo for), alguns elétrons “pularão” para a camada mais externa. Como o lugar deles não é ali, eles voltam para a sua camada de origem, devolvendo a energia excedente sob a forma de luz, visível ou invisível. Obviamente, isso é um resumo, já que essencialmente Bohr nunca falou isso.

Essa é apenas uma simplificação do trabalho dele, que a bem da verdade é um imenso fiar de equações matemáticas, mas isso não é importante; o importante é o efeito. Assim, quando você cede energia como calor a algo, ele começa a ficar incandescente, como acontece com alguns corpos, como carvão ou mesmo metais. Então, era só fazer algo ficar bem quente que ele emite luz, o que é basicamente o que o fogo é, apesar de nem todo fogo ser visível, como acontece quando se queima metanol. Cada substância emite cor num espectro, ou seja, diferentes substâncias emitirão cores diferentes, e é nisso que se baseia os fogos de artifício.
Partindo deste princípio, os teatros inovaram com um sistema de iluminação nos palcos durante as peças, e esta tecnologia é a luz oxídrica. Duas tubulações, uma com gás oxigênio e outra com hidrogênio se encontram, e quando acesos, a chama produzida é direcionada a uma peça de cal viva, óxido de cálcio, na beira do palco, uma área chamada “ribalta”. Essa luz oxídrica foi chamada “limelight” e até hoje, em inglês, “limelight” é a região do palco dos teatros onde fica a iluminação, apesar de ser por lâmpadas modernas de hoje.

Indo para as lâmpadas elétricas, elas seguem este mesmo princípio, com a diferença que o que fica muito, muito quente é um filamento, mas até chegarmos no conceito das lâmpadas de hoje, demorou um pouquinho. As primeiras lâmpadas eram à base de azeite ou outro óleo (lembra da Lâmpada de Aladin?), velas ou de gases como o acetileno, produzido quando se deixa cair água em um carbeto metálico, como o carbeto de cálcio (também chamado “carbureto”, CaC2). Mas e se aquecesse um fio metálico? O primeiro a observar, anotar, reproduzir e catalogar o fenômeno da incandescência foi Ebenezer Kinnersley, um ministro protestante inglês que emigrou para os EUA em 1714 e lá começou a trabalhar fazendo investigações científicas com alguém que eu acho que você deve ter ouvido falar. Um tal de Benjamim Franklin.
Kinnersley aquecia diferentes fios metálicos e observou o brilho que emitiam, e em 1761, ele escreveu a Benjamin Franklin sobre seus experimentos de aquecer esses fios de metálicos a ponto de eles brilharem em brasa. Em 1802, o químico Humphry Davy resolveu fazer testes sobre transmissão de eletricidade por fios metálicos, e quando conectou uma bateria a uma finíssima fita de platina, essa fita começou a brilhar intensamente até que o metal derretesse, o que não durou muito, não permitindo algum uso prático mediante aquelas condições, o que fez começar uma corrida para saber quem seria o primeiro a fazer uma lâmpada realmente eficiente.
O grande problema, como dito, era fazer os filamentos durarem mais que alguns segundos. Esses filamentos chegam a temperaturas maiores que 2.000 ºC, e nestas condições, a maioria dos materiais simplesmente derrete ou mesmo se vaporiza instantaneamente. Foi este problema que inventores como Warren De la Rue procuraram resolver. De la Rue era um químico e astrônomo amador, herdeiro de uma renomada empresa de papelarias, acabando por assumir os negócios do seu pai. Entretanto, ele gostava mesmo era de brincar de Meu Pequeno Cientista, e fazia experimentos com química e eletricidade.
De la Rue se pegou pensando na questão das lâmpadas que produziam luz mediante calor excessivo, pelo que ficaram conhecidas como “lâmpadas incandescentes”. Então, lhe ocorreu uma coisa na década de 1840: sabendo que as coisas precisam de oxigênio para queimar, e se o filamento estivesse dentro de uma cápsula de vidro na qual se fez vácuo? Eliminando o oxigênio, a combustão imediata do material se tornaria impossível. Assim, ele fez uma bobina com um fio de platina em a colocou num tubo do qual tirou todo o ar. Ao passar uma corrente elétrica, seu invento funcionou e assim ele criou uma das primeiras lâmpadas elétricas.
A escolha da platina não foi à toa – seu alto ponto de fusão permitia suportar temperaturas elevadas, enquanto o ambiente de vácuo reduzia as chances de reação química, aumentando a durabilidade da lâmpada. Simples e fácil de se fazer, mas tinha um pequeno probleminha: um fio de platina era muito caro. É mais caro que o ouro até hoje! Dessa forma, embora tecnicamente eficaz, o uso de platina encarecia demais o produto, tornando-o inviável para comercialização em larga escala.
Em 1879, Thomas Edison criou uma lâmpada com filamento de algodão carbonizado que durava 14 horas – uma conquista notável para a época, mas modesta pelos padrões atuais, embora tivesse uma imensa vantagem: algodão é barato. Por isso que se diz que Thomas Edison inventou a lâmpada. Inventar a lâmpada propriamente dita, não, o que ele inventou era uma lâmpada economicamente viável e passível de ser comercializada.

Outros inventores experimentaram com filamentos de platina e diversos materiais carbonizados, cada inovação estendendo a vida útil das lâmpadas. A introdução do tungstênio como material para o filamento foi um avanço significativo, devido ao seu altíssimo ponto de fusão (3.422 ºC).
No início da década de 1920, a indústria havia alcançado um marco impressionante: lâmpadas com vida útil média próxima a 2.000 horas, com alguns modelos chegando a 2.500 horas, e se você fica confuso com o número de horas, deixe-me traduzir desta forma: uma lâmpada que aguente 2400 horas, sendo usada por 6 horas diárias, daria 400 dias, ou mais de um ano. Este progresso constante parecia prometer um futuro de iluminação cada vez mais eficiente e duradoura. No entanto, foi neste ponto que a trajetória de melhoria contínua sofreu uma reviravolta inesperada e controversa.
Em dezembro de 1924, às vésperas do Natal, uma reunião secreta ocorreu em Genebra, Suíça. Os participantes eram executivos das maiores empresas de lâmpadas do mundo, incluindo gigantes como Philips, International General Electric, Tokyo Electric, OSRAM da Alemanha e Associated Electric do Reino Unido. Esta reunião clandestina deu origem ao infame Phoebus Cartel, batizado em homenagem a Febo, o deus romano da luz.
O objetivo declarado do cartel era coordenar e controlar o fornecimento global de lâmpadas. No entanto, suas verdadeiras intenções eram muito mais sinistras, algo digno de qualquer produção literária de super-vilões. Nos primórdios da indústria elétrica, o mercado era fragmentado, com numerosos pequenos fabricantes de lâmpadas. Agora, o setor estava consolidado em grandes corporações, cada uma dominando regiões específicas do globo.
A maior ameaça para estes gigantes corporativos não era a concorrência entre si, mas sim a crescente durabilidade de seus próprios produtos. Um exemplo ilustrativo: em 1923, a OSRAM vendeu impressionantes 63 milhões de lâmpadas. No ano seguinte, suas vendas despencaram para apenas 28 milhões. A razão? As lâmpadas não tinham queimado, e se não tinham queimado, por que seria necessário trocá-las? O que estava acontecendo era que as lâmpadas estavam simplesmente durando mais tempo que os fabricantes gostariam, reduzindo a necessidade de substituição e, consequentemente, as vendas.
Confrontados com esta “ameaça” de produtos excessivamente duráveis, os membros do cartel tomaram uma decisão drástica e eticamente questionável: concordaram em reduzir deliberadamente a vida útil de suas lâmpadas para 1.000 horas, quase metade da média existente. Esta decisão marca um ponto de inflexão na história do consumo, onde a qualidade e a durabilidade foram sacrificadas no altar do lucro corporativo.

Gráfico mostrando a vida útil das lâmpadas com o passar do tempo
Para garantir a adesão a este pacto perverso, o cartel implementou um sistema rigoroso de controle de… cof cof cof… qualidade. Cada fabricante era obrigado a enviar amostras de suas lâmpadas para testes em laboratórios centralizados. Lâmpadas que durassem significativamente mais que 1.000 horas resultavam em multas para a empresa produtora. A penalidade era ainda mais severa para lâmpadas que ultrapassassem 3.000 horas de vida útil: uma multa de 200 francos suíços para cada lote de 1.000 lâmpadas vendidas, o que era um valor bem considerável, que as pequenas fabricantes não teriam como arcar, e o objetivo era não poderem arcar e saírem do mercado.
As empresas ligadas ao cartel pressionaram seus engenheiros que buscavam eficiência a encontrarem meios de reduzir esta eficiência. Dessa forma, os pesquisadores foram cordialmente instados (obrigados sob pena de ser demitido e não achar mais emprego em lugar nenhum) a explorar diferentes materiais, alterar a geometria dos filamentos e fazer com que as conexões fossem mais frágeis, de forma a criar um produto intencionalmente inferior; e esta estratégia foi terrivelmente bem-sucedida: a vida útil média das lâmpadas caiu consistentemente após a formação do cartel, atingindo apenas 1.205 horas em 1934.
O impacto financeiro desta estratégia foi imediato e substancial. Entre 1927 e 1930, as vendas dos membros do cartel aumentaram em 25%, e com o custo de produção das lâmpadas diminuindo devido às economias de escala, avanços na manufatura e a Crise de 1929 – o que fez com que contratassem funcionários com salários ridículos, já que a alternativa era o desemprego e passar fome – os lucros do cartel disparou, já que os preços praticamente estavam inalterados.
Claro, vem a pergunta: E quanto ao público? Bem, consumidor que se dane, já que tinham outras coisas com que se preocuparem e não sabiam o que estava acontecendo, já que os grandes jornais não noticiavam por estarem nas mãos dos empresários. O Cartel de Phoebus mascarava suas verdadeiras intenções por trás de uma fachada de padronização e eficiência, tendo criado o chamado “padrão E27”, o mesmo padrão de conexão que se usa até hoje, já que, então, cada fabricante tinha uma conexão diferente. Isso foi uma perfeita desculpa para tirar a concorrência do mercado, pois, para adotar o padrão E27, você tinha que mandar suas lâmpadas para checagem, e ali verificavam a durabilidade delas.
Esta prática ensinou outras empresas de outros ramos como deveriam atuar, e elas agradeceram muito a ideia, a começar pela indústria automobilística, só que a fórmula utilizada foi um pouquinho diferente. Eles apelaram para a psicologia do consumidor.
As pessoas gostam de referenciar Steve Jobs quando ele citou Henry Ford ao dizer “se eu fosse escutar os consumidores, eu não faria carros, mas cavalos mais rápidos”. Ford havia revolucionado a indústria como um todo ao criar o sistema de produção em série. Por que ter vários funcionários montando carros separadamente quando era mais fácil ter funcionários excelentes em fazer uma coisa? Assim, um funcionário colocava a roda no lugar e fazia isso o dia inteiro. Outro funcionário colocava os parafusos e apertavam, outros colocavam a capota e assim por diante. Os carros eram produzidos em massa de uma forma absurdamente mais rápida, e se algo é produzido rapidamente, se produz muito, diminuindo custo de produção.
Em 1908, a Ford lançou o icônico Modelo T, com a filosofia que os automóveis deveriam ser mais que um item de luxo, mas uma ferramenta robusta e acessível, comparável a um “burro de carga”. As ruas e estradas não tinham a pavimentação que tinha hoje e o Modelo T funcionava excelentemente bem em qualquer terreno. Em 1922, Ford fez uma declaração notável: “Queremos que o homem que compra um de nossos carros nunca tenha que comprar outro. Nunca fazemos uma melhoria que torne qualquer modelo anterior obsoleto”.
Tua Hilux de maios de 200 mil reais não faz nada disso que eu sei
Esta abordagem refletia uma ética de produção focada na durabilidade e na satisfação do cliente a longo prazo. Isso fez sucesso, e por volta de 1920, 55% das famílias americanas já possuíam um automóvel. O mercado estava próximo da saturação, com quase todos os potenciais compradores já tendo adquirido um veículo. Coincidentemente, naquele mesmo ano, uma pequena recessão econômica afetou severamente as vendas tanto da Ford quanto de sua principal concorrente, a General Motors.
Em 1921, a DuPont adquiriu o controle acionário da General Motors, sendo que a DuPont não era uma indústria que produzia automóveis, e sim uma indústria química, que entre vários produtos ela fabricava algo que fez um diferencial e tanto: ela produzia tintas, e isso mudou totalmente a indústria automotiva, mas não por produzir carros melhores, mais econômicos e/ou com desempenho melhor, com torque e velocidade. O grande diferencial foi a beleza.
Em 1924, a GM começou a lançar carros de diferentes cores, desafiando a famosa máxima de Henry Ford de que os clientes poderiam ter o carro em qualquer cor, “desde que fosse preto”. De novo, cita-se Steve Jobs mencionando isso, como se a empresa soubesse o que os clientes deveriam ter e os clientes fossem estúpidos demais para ter uma ideia por si só. A queda nas vendas da Ford e o alavancamento da GM provou o contrário: o consumidor tem realmente poder de escolha, ele só precisa de um empurrãozinho, e o empurrãozinho é a tendência das pessoas de não quererem uniformização, preferindo produtos mais personalizados.
O presidente da GM, Alfred P. Sloan Jr., introduziu uma estratégia que se tornaria um padrão na indústria: o lançamento anual de novos modelos com mudanças estéticas, muitas vezes pequenas ou irrelevantes, mas com marketing agressivo de forma a lhe convencer que estava com um produto muito novo, fantástico e inovador, mesmo sem ter nada tão inovador assim. Você já viu isso antes nos últimos anos, certo?
A expressão “obsolescência planejada” surgiu pelo menos em 1932, quando Bernard London, um corretor de imóveis russo-americano, publicou o panfleto “Acabando com a Depressão Através da Obsolescência Programada” (Ending the Depression Through Planned Obsolescence). Os EUA estavam saindo da Grande Depressão causada pela Crise de 1929 e, segundo London, o governo deveria impor uma obsolescência legal aos bens de consumo, forçando as pessoas a comprar novos produtos continuamente, fazendo girar a economia, de forma que as pessoas jogassem seus bens fora, trocando-os por outros, fazendo com que as indústrias continuassem produzindo e, com isso, reduzindo o desemprego. Essa ideia, embora pareça maravilhosamente inovadora, levantou questões éticas sobre o desperdício e o consumo desenfreado.
Mas a verdade é que o produto nem sempre era melhor, e sim mais caro, incentivando a compra de produtos que não são realmente necessários, apenas para manter as engrenagens do mercado girando.
Anos mais tarde, Harley Earl, o chefe de design da GM, falou abertamente sobre seu papel na criação do que ele chamou de “obsolescência dinâmica”. Ele declarou sem rodeios que “nosso grande trabalho é acelerar a obsolescência”. Earl observou com orgulho que em 1934, o tempo médio de propriedade de um carro era de cinco anos.
Foi em 1954 que o termo “Obsolescência Programada” ganhou notoriedade, graças ao designer industrial americano Brooks Stevens. Stevens, nascido em Milwaukee em 1911, foi um influente designer de produtos como eletrodomésticos, automóveis e motocicletas. Durante uma conferência de publicidade em Minneapolis, ele usou este termo como título de sua palestra, sem muita reflexão. A partir desse momento, o termo tornou-se uma marca registrada de Stevens. Ele definiu o conceito como “incutir no consumidor o desejo de possuir algo um pouco mais novo, um pouco melhor, um pouco antes do necessário”.
Em 1955, esse período que Harley Earl havia previsto para a troca de um automóvel por outro deixou de ser 5 anos, caindo para apenas dois anos. Earl chegou a prever, com uma mistura de entusiasmo e cinismo, que quando esse período chegasse a um ano, eles teriam atingido a “pontuação perfeita”.
Esta estratégia foi incrivelmente bem-sucedida. Na época em que Earl fez essas declarações, a General Motors havia se tornado a empresa mais valiosa do mundo, controlando metade do mercado automobilístico nos Estados Unidos. Ela ensinou às outras empresas que para alavancar vendas, não é necessário inovar ou criar algo melhor, basta dizer que criou algo melhor, e fazendo que nem os integrantes do Cartel Phoebus: convencer a todos que eles sabem o que é bom para você e forçar uma padronização que implica em produtos piores.
Um exemplo eram os eletrodomésticos. Quando você olha uma geladeira dos anos 50-60, tem a nítida impressão de que eram melhores. O que se tem hoje são produtos com material mais barato, com espaço interno reduzido. Talvez, a inovação estejam na eficiência do motor, mais econômico em termos de consumo de eletricidade, mas se observar bem, não gelam tanto quanto antes.
A várias vezes mencionada Apple seguiu todo esse caminho. O iPhone tinha sido pensado para ser só um telefone, mas a realidade veio e bateu na porta dela, já que o iPod Touch tinha recurso de se instalar aplicativos e Steve Jobs não queria no iPhone. A receita “se eu ouvisse os consumidores teria feito cavalos mais rápidos” mudou rapidamente, quando implantaram apps no iPhone, o que não implicou em melhoria de hardware. A impossibilidade de consertá-lo ou mesmo trocar uma bateria que já não estava funcionando bem era simplesmente inviável, e você ficava (ok, ainda fica) à mercê da empresa, o que já gerou vários processos.
Em 2017, Apple sofreu um golpe forte, quando foi processada por uma prática abusiva: a atualização do iOS, feita para o sistema ser mais seguro e eficiente e garantindo um padrão de qualidade (você leu isso antes no decorrer do texto) deixava o celular insuportavelmente lento, levando as pessoas a comprarem outro. Isso lhe custou 113 milhões de dpólares, mas a verdade é que o que ela lucrou com esta prática mais do que pagou esta indenização.

Cof … Cof … Cof…
As impressoras também seguiam este caminho e hoje é mais barato você comprar outra impressora do que trocar os cartuchos, cuja capacidade de impressão é ridícula em face ao seu preço.
No quartel de corpo de bombeiros, a lâmpada está lá, fazendo seu trabalho. Ela está lá graças aos seus guardiões. A voltagem que a alimenta é reduzida, ela está sob a guarda de um sistema à prova de queda de energia, sendo ligada a um gerador e baterias. Ela está lá, de sentinela, feita num período antes do Cartel Maligno ter se formado. Ela estará ali por muito tempo, como uma lembrança do que nossos avós e bisavós sempre falaram e disseram ser coisa de gente velha: antigamente as coisas duravam. Antigamente era melhor.
Pelo tanto que eu vivi e o que vi quando garoto e comparando com o que se tem hoje, meus avós e bisavós tinham seus motivos para falar isso,

Há divergências…youtu.be/zb7Bs98KmnY?si=depftQnKj84ik1qY
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Canal no youtube diz até que Criacionismo é verdadeiro, Homem não foi a Lua, vacinas causam autismo, COVID é coisa da BigPharma, ainda mais os que não colocam fontes de pesquisa.
Problema que os documentos do Phoebus Cartel existem e o gráfico da duração das lâmpadas que está no post veio de lá.
https://spectrum.ieee.org/the-great-lightbulb-conspiracy
https://spectrum.ieee.org/the-story-behind-the-story-behind-the-great-lightbulb-conspiracy
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Ad hominem, André.
Vc pode melhor que isso, vai.
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Vamos lá, bebê. Aulinha de retórica.
A frase que eu usei foi “Canal no youtube diz até que Criacionismo é verdadeiro, Homem não foi a Lua, vacinas causam autismo, COVID é coisa da BigPharma, ainda mais os que não colocam fontes de pesquisa.”
Ad hominem significa “ataque ao homem”. Eu apontei que Canal no YouTube fala de Criacionismo, o YouTube teve que apagar todos os canais antivacina e conspiracionistas de covid) e o canal que você postou NÃO DEU nenhuma fonte.
Vai, bebê. Me diga QUEM eu ataquei pessoalmente. Vou lhe dar a chance de apontar TEXTUALMENTE o ataque pessoal ao sujeito e quem foi o sujeito que eu ataquei PESSOALMENTE.
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“Canal no youtube diz”
Canal de YouTube diz alguma coisa?
Pensei que fosse gente que dissesse.
Vc atacou a PESSOA que fala no canal do YouTube, é óbvio, desmerecendo-o somente por ser um youtuber.
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“Canal no youtube diz”
Canal de YouTube diz alguma coisa?
Não foi o que você me mostrou?
Pensei que fosse gente que dissesse.
Mas eu xinguei o seu namorado? Não. eu disse que tem um monte de canais espalhando bobagens. Tá pulando igual pipoca por que? Isso vai deixar seu namorado triste?
Vc atacou a PESSOA que fala no canal do YouTube, é óbvio, desmerecendo-o somente por ser um youtuber.
Não, não desmereci o seu namorado. Eu desmereci o lixo de informação que ele colou sem nenhuma fonte de pesquisa que eu possa rastrear.
Isso é estar debochando de você. O canal é uma merda e mais merda são os idiotas que compartilham. Não gostou? Bem, olhe pra trás. Tá vendo a sua bunda? Vai dar ela por meia hora com relógio quebrado.
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Ótimo artigo André. Adorei cada minuto de leitura.
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