Artigos da Semana 242

Estamos no meio de fevereiro, já, ainda faltando duas semanas para o carnaval (não é lá grande coisa, mas pelo menos fico de folga até a quarta-feira de cinzas). Em meio ao calor abrasador, com Satanás mandando o shareware do que virá no Inferno, o lance é ficar no ar-condicionado enquanto lemos o que foi postado na semana.

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X tem sido usado para representar amor e beijos por séculos. Mas como isso começou?

Por Katie Barclay
ARC Future Fellow e Professor,
Universidade Macquarie

“1.000 cartas e 15.000 beijos”, gritava a manchete de uma edição de 1898 do jornal inglês Halifax Evening Courier. Harriet Ann McLean, uma lavadeira de 32 anos, meteu o quitandeiro (é um hortifruti do tempo do seus avós) Francis Charles Matthews por renegar a promessa de casamento. O argumento dela foi que eles passaram uma década namorando… por carta. Harriet recebeu 1.030 cartas contendo 15.000 cruzes de seu “amoroso, precioso e futuro marido Frank”.

Em 1898, usar um X como beijo era comum entre os escritores de cartas britânicos — principalmente os da variedade mais “comum”: os criados, comerciantes e trabalhadores de lojas cada vez mais alfabetizados, cujos bilhetes de amor arrancavam risadas quando seus relacionamentos em decadência os levavam ao tribunal. Continuar lendo “X tem sido usado para representar amor e beijos por séculos. Mas como isso começou?”

Eslováquia: o reino onde as estações pintam histórias

Como diz um antigo provérbio eslovaco: “Koľko rečí vieš, toľkokrát si človekom” (Quantas línguas você fala, tantas vezes você é humano”. Esta sabedoria ancestral ecoa através dos séculos nas terras dos eslavos ocidentais, onde cada palavra carrega o peso da história e cada silêncio conta histórias de resistência e renascimento. E é ali, nas entranhas da Europa Central, entre montanhas majestosas e vales profundos que parecem tocar o céu, que repousa a Eslováquia – uma terra onde lendas e realidade se entrelaçam como os rios que serpenteiam suas planícies douradas. Continuar lendo “Eslováquia: o reino onde as estações pintam histórias”

Os registros muito antigos do clima zuado do passado

A reconstrução climática do passado é um campo de investigação essencial para compreendermos os padrões climáticos atuais e suas tendências futuras, mas é uma pesquisa ingrata. Como saber o que realmente aconteceu? Anéis de troncos de árvores, vestígios sedimentares e toda sorte de registros que a Natureza está sendo bem sacana em nos esconder. A história climática, um campo interdisciplinar que mescla geografia, meteorologia e historiografia, permite-nos decifrar os impactos do clima sobre as sociedades ao longo dos séculos.

Tomemos como exemplo a Transilvânia (sim, aquela), que atualmente parte da Romênia, mas no século XVI pertencia ao Reino da Hungria. Aquela região era um território estratégico marcado por fenômenos climáticos extremos, emergindo como um estudo de caso revelador sobre as interações entre condições climáticas e transformações sociais. E como sabemos disso? Através dos meus espiões que acham que eu não tenho o que fazer e me mandam notícias de coisas escritas em Húngaro para ficarem rindo da minha cara quando eu tento aprender um pouco desta coisa pavorosa. Continuar lendo “Os registros muito antigos do clima zuado do passado”

A bola prateada que telefona pra casa

Os homens contemplam sua criação. Simples homens, mas a criação deles é um ponto de virada no mundo, na Ciência, na Tecnologia, na História, na própria Humanidade. O brilho prateado refletivo tem um quê de místico e alienígena ao mesmo tempo. O suave toque, liso como seria a mais lisa das coisas é algo indescritível. Por milhares de anos não pudemos sair de algo mais que dar um pulinho aqui e ali. Chegamos a dominar os céus, mas aquilo? Era a ficção tornando-se realidade. Um dos homens ajeita o óculos. Ele olha para os seus companheiros, que sorriem, e levanta as sobrancelhas. Sim, claro, respondem eles sem verbalizar; então, o homem toca de novo. Liso e macio. Continuar lendo “A bola prateada que telefona pra casa”

A história de um motim no exército romano

Os guerreiros estão fugindo. A dor das feridas ainda cicatrizando é a mola mestra de sua fuga. Eles não querem mais castigos, não querem mais sofrimento, mas será sofrimento que eles irão enfrentar. Soldados estão atrás deles e o que se seguirá se forem pegos será muito pior que a morte, embora ela virá de qualquer forma, mas não sem antes receberem tratamento especial. Nas terras gélidas na fronteira norte da Britânia romana, uma história de desespero e sobrevivência estava prestes a se desenrolar. O cenário era uma campanha militar, cujo general que sonhava com os olhos abertos – o pior tipo de homem, segundo T.E. Lawrence. Entre suas tropas, um grupo de auxiliares carregava não apenas suas armas, mas também o peso de um destino que nenhum deles poderia prever.

Esta é uma história de violência, de luta pela liberdade e até mesmo de canibalismo. Continuar lendo “A história de um motim no exército romano”

Artigos da Semana 241

Como estão vocês neste domingão com calor senegalesco, cujo bafo do dragão está torrando tudo e até Satã, Nosso Senhor, colocou o ar-condicionado no máximo? Que tal você também ficar na beira da piscina ou na praia enquanto lê os artigos postados na semana?

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Motorista de busão faz comprinha inocente e vai em cana

Motoristas de busão são ótimos. Eu, por exemplo, já conheço o que me leva pro trabalho todos os dias. Teve dia de ele ver que eu ainda estava chegando no ponto e parou para me esperar. Obrigado, mermão! Já outros, principalmente de ônibus escolares, jogam a noção lá no zero. Motivo? Nhé, pouca coisa. Só foi comprar umas coisas de primeira necessidade, como um fuzil. Vai dizer que você não faz isso?

Ah, ok. Ele estava em horário de serviço, com o busão cheio de remelentos.

Dando uma lição sobre coisas que não devemos fazer, esta é a sua SEXTA INSANA! Continuar lendo “Motorista de busão faz comprinha inocente e vai em cana”

As Ilhas do Céu parte 3

Este é o terceiro vídeo do projeto Islands in the Sky, um projeto que começou com o fotógrafo Christoph Malin. Após dois anos da segunda filmagem. Quando a noite cai, o céu se transforma em um espetáculo de estrelas. La Palma, com seus céus límpidos e livres de poluição luminosa, é um santuário para os amantes da astronomia. As estrelas brilham como diamantes, convidando-nos a sonhar e a contemplar o infinito. Continuar lendo “As Ilhas do Céu parte 3”

O prédio que é uma máquina do tempo

É difícil ter um vislumbre do passado. Mais difícil ainda é ver como esse passado foi sendo alterado com o passar dos anos. Seria legal se pudéssemos viajar pelo tempo e vermos a evolução da arquitetura, por exemplo. Bem… acontece que você pode. No coração de Istambul, Turquia, um na bucólica rua Alaykoskü, no distrito de Cagaloglu, temos um instantâneo palpável da História. Tendo 1.800 anos, um prédio nos ensina um pouco sobre como nossos ancestrais (diferentes deles) construíam. Continuar lendo “O prédio que é uma máquina do tempo”