O Ceticismo

Por Jean-Paul Dumont

O termo ceticismo terminou por designar atualmente, na linguagem comum, uma atitude negativa do pensamento. O cético é visto, freqüentemente, não somente como um espírito hesitante ou tímido, que não se pronuncia sobre nada, mas como aquele que, sobre qualquer coisa que é avançada, ou sobre qualquer coisa que possa dizer, se refugia na crítica. Da mesma forma, acredita-se ainda que o ceticismo é a escola da recusa e da negação categórica. Na realidade, e por sua própria etimologia (skepsis em grego significando “exame”), o ceticismo vetaria qualquer posição decidida, a começar até pela que consistiria em afirmar, muito antes de Pirro e como Metrodoro de Abdera, que somente sabemos uma coisa: que nada sabemos. Os céticos qualificam a si mesmos de zetéticos, isto é, de pesquisadores; de eféticos, que praticam a suspensão do juízo; de aporéticos, filósofos do obstáculo, da perplexidade e dos resultados não encontrados. Além disso, os historiadores latinos e gregos da filosofia cética, como Aulo-Gélio, Sexto Empírico e Diógenes Laércio, mantém uma distinção muito rigorosa entre os acadêmicos, que sustentam a impossibilidade de conhecer, e os céticos, que tomam a vida e a experiência por critérios de suas condutas. Para compreender o ceticismo, é preciso, pois, responder sucessivamente a estas duas questões: em que consistia o ceticismo antigo? Por que o ceticismo foi, na história da filosofia, ignorado e traído em sua intenção e valor?

1.SIGNIFICAÇÃO
DO CETICISMO ANTIGO

Dados históricos

O fundador do ceticismo grego foi Pirro (fim do IV séc. a.C.). Ele não deixou nenhum escrito filosófico. Nasceu em Élis, pequena cidade do Peloponeso, onde viveu inicialmente como pintor, depois interessou-se pela filosofia, principalmente sob a influência de Anaxarco de Abdera, em companhia de quem seguiu Alexandre, o Grande, por ocasião da campanha da Ásia. Retornando à Élis, fundou uma escola filosófica que lhe valeu uma enorme reputação junto a seus concidadãos. Ele vivia pobre e simplesmente em companhia de sua irmã, Filista, que exercia a ocupação de parteira. Seu historiógrafo posterior, Antígone de Caristo, expressou em linguagem anedótica a indiferença de alma, a impassibilidade e o domínio de si que ele tinha. Ele teve por discípulo Tímon, autor de várias obras em versos e em prosa: as Sátiras (ou Considerações suspeitas); sendo que o verbo “satirizar” passou a significar a partir de então, “lançar-se a uma crítica acerba”), as Imagens; um diálogo, o Python (jogo de palavras sobre Pirro?); dois tratados em prosa Sobre as sensações e Contra os físicos. Porém, sua obra nos é apenas conhecida de modo muito fragmentário.

A escola cética conhece um eclipse que eqüivale a um desaparecimento. Uma certa forma de ceticismo é, então, praticada pelos neo-acadêmicos: Arcesilau (primeira metade do séc. III e início do séc. II a.C.), chefe da nova academia.(Cf. Academia). Em seguida, a escola renasce graças à atividade de Enesidemo, de quem a obra é bastante conhecida, mas de quem a vida é de tal modo pouco conhecida que hesitamos sobre a época em que viveu (ele foi contemporâneo de Cícero ou viveu um século mais tarde?). Depois dele, a figura mais marcante é a de Agripa, mas da carreira dele nada conhecemos, a não ser os cinco argumentos que Diógenes Laércio lhe atribui. Aparece em seguida Sexto Empírico, o grande historiador do ceticismo, de quem também não sabemos quando e onde viveu (entre o início do séc. II e a segunda metade do séc. III d.C., sem dúvida na Grécia, posto que ele parece conhecer muito bem, além de Atenas, Alexandria e Roma.) Ele pertencia a escola empírica, o termo “empírico” sendo quase sinônimo de médico. Esta escola foi erguida em honra ao médico Menodoto de Nicomédia, discípulo de Antíoco de Laodicéia. A história do ceticismo antigo termina no século III.

Divergências das tradições

O ceticismo grego é bem conhecido, principalmente pelo testemunho dado por Sexto Empírico através de obras que expõem minuciosamente sua intenção e seus argumentos. Mais ou menos na mesma época, Diógenes Laércio dedicou uma parte importante do livro IX de suas Vidas à escola pirrônica. Em seguida, Eusébio de Cesaréia (início do séc. III ) expôs em sua Preparação evangélica (XIV,18) um testemunho bastante longo, relativo à Tímon, e conservado pelo peripatético Arístocles de Mecena que foi quase seu contemporâneo. Percebe-se, pois, que as fontes relativas ao ceticismo antigo são extremamente tardias, já que a doutrina foi fixada somente cinco séculos mais tarde.

As fontes latinas incluem um capítulo das Noites áticas de Aulo-Gélio (início do séc. II d.C.) que utiliza Favorinos, Gaulois de Arles, contemporâneo de Adriano, e que mantém uma distinção entre céticos e acadêmicos.

Resta Cícero. Como freqüentemente, Cícero é nossa fonte mais antiga em matéria de história de filosofia antiga. Assim como a exposição de Catão em De Finibus constitui o mais antigo trabalho do conjunto do estoicismo, os Acadêmicos e, em menor grau, as Tusculanas contém um certo número de informações relativas aos aspectos morais do pirronismo e aos aspectos epistemológicos da filosofia acadêmica. Porém, é preciso limitar a importância do testemunho de Cícero por três razões. Primeiramente, ele é, embora o mais antigo, muito posterior aos céticos. Por outro lado, Cícero não conhece o termo grego skeptikói, de modo que ele usa a palavra latina scepticus (não clássica); com a qual ele não poderia interpretar corretamente o ceticismo. Enfim, ele fala sobretudo de Arcesilau e de Carnéades, de quem conhece as polêmicas com o estóico Crisipo; ora, é muito difícil admitir que o que ele atribui a Arcesilau e a Carnéades possa valer também para os discípulos de Pirro.

Como freqüentemente na história do pensamento antigo, encontramo-nos diante de tradições fixadas posteriormente; o autor, que retranscreve a opinião dos antigos ou de seus predecessores, reconstitui a tese que ele lhes empresta. Conhecer em sua pureza uma tese antiga fragmentada e retranscrita logo depois, é uma empreitada que convém renunciar. Todavia, a respeito da história do ceticismo, a impossibilidade de escolher uma maneira absolutamente decisiva entre uma ou outra tradição, comporta conseqüências filosóficas incalculáveis. Se adotarmos o ponto de vista de Cícero, embora Cícero seja o único autor antigo a sustentá-lo, estamos condenados a fazer dos céticos, filósofos que afirmam com ênfase que nada podemos conhecer. Os Acadêmicos são a fonte dos que, como Sêneca, santo Agostinho, Hume, Kant ou Hegel, oferecem do ceticismo antigo a imagem de um niilismo radical. Em compensação, se adotarmos o ponto de vista grego de Eusébio, de Sexto Empírico ou de Diógenes Laércio, o ceticismo é, ao contrário, uma filosofia cujo critério baseia-se na vida, na experiência e no fenômeno, excluindo apenas as especulações dogmáticas. Como dizem Sexto Empírico (Hypotyposes Pirrônicas, III, 179) e Diógenes Laércio (Vidas, IX, 104), “o fogo, que por essência queima, causa a cada um a representação de ser quente”. Vemos então, nesta perspectiva, que a significação do ceticismo torna-se completamente diferente daquela de um pretenso niilismo que conduziria os homens à indiferença e à inação. Assim sendo, cabem duas questões: Por que o ceticismo grego constituiu-se como um fenomenismo? Por que, depois, um contra-senso foi cometido a respeito de seu verdadeiro significado?

O fenomenismo grego

A importância conferida pelo ceticismo ao conceito de fenômeno (cf. Fenômeno) pode ser medida pelas palavras de Tímon. “O fenômeno prevalece sobre tudo, por toda parte onde ele se encontra” (Sexto Empírico, Contra os lógicos, I, 30: Diógenes Laércio, Vidas, IX, 105). No início este conceito não pertence propriamente à linguagem filosófica, mas antes à física. Por fenômeno, os ouvintes do sofista Protágoras ou os leitores de Platão entendem uma realidade física, ou seja, uma imagem constituída de ar e de luz, que desempenha no processo da visão um papel determinante. Contrariamente aos cientistas dos tempos modernos que se acostumaram, depois de Kleper e Descartes, a comparar o olho ao dispositivo ótico da câmara escura, a Antigüidade grega fez intervir na produção da visão um duplo fluxo luminoso: o objeto emite ou reflete a luz, mas ao mesmo tempo o olho, vendo, emite um raio que parte ao encontro daquele que o objeto está emitindo. Esta concorrência dos dois fluxos requer um meio transparente ou diáfano como o ar quando é de dia ou quando as trevas não o tornam opaco. Do encontro desses dois raios luminosos nasce um corpo, ou objeto material, portanto, um produto mediato, uma espécie de meio termo visível, que leva o nome de fenômeno, designando a natureza luminosa da representação. Ele provoca uma dupla conseqüência. Por um lado, o objeto nunca é tomado ou apreendido conforme sua própria natureza ou tal qual ele é em si mesmo. Esse é o sentido que Sexto Empírico dá à antiga fórmula de Anaxágoras: “Os fenômenos são a visão do que permanece oculto”. O fenômeno é, portanto, como uma máscara ou cortina que se interpõe entre o objeto e olho; o visível é o que dissimula o real tornado invisível. Por outro lado, o fenômeno contém sempre alguma coisa que pertence ao sujeito; é por estar cheio de sangue que o olho percebe um fenômeno roxo e por estar com icterícia que vê tudo amarelo. Assim, tudo é relativo, o que leva, como Aristóteles o diz de Protágoras, a considerar que os fenômenos são o critério e a medida de todas as coisas.

Quando interpretamos filosoficamente uma física da visão desse tipo, somos levados a considerar que a realidade empírica do objeto não poderia constituir um dado absoluto e que o conhecimento efetua-se relativamente ao sujeito que participa de sua constituição. Assim, no tempo de Pirro, a física grega coloca a filosofia diante da seguinte alternativa: já que a realidade empírica não é uma realidade apreendida em si, é preciso afirmar, ou que não há ciência possível, à qual se reduz a sensação, ou que a ciência se fundamenta numa realidade inteligível; e essa é a última solução examinada por Platão. Mas, no primeiro caso, que é o do empirismo estrito, os fenômenos constituem o único critério ao qual podemos legitimamente nos ater. Consequentemente, não resta mais que uma coisa a fazer: tomar a sensação por guia – é o que fazem os cirenaicos – ou tomar a vida por guia – é o que fazem os pirrônicos. Se acreditarmos em Tímon, conforme o que indica Eusébio, o fato de constatar que as coisas não manifestam visivelmente ou fenomenicamente qualquer diferença absoluta entre elas e escapam igualmente à certeza e ao juízo que pretende conhecê-las absolutamente, permite-nos permanecer sem opinião e sem inclinação, de escapar a todo abalo ou dúvida da alma, de limitar-nos a dizer de cada coisa, que ela não é mais isto que aquilo, o que conduz à afasia e à ataraxia (Eusébio, op. cit. XIV, 18). Conseqüentemente, o ceticismo antigo não é uma negação da ciência ou do saber, é, ao contrário, solidário ao desenvolvimento da física da percepção.

Evolução do relativismo

Entretanto, o século III a.C., é marcado por uma profunda subversão a propósito da teoria da percepção, e os principais responsáveis por esta evolução científica são os estóicos. Zenão e principalmente Crisipo se distinguiram de seus predecessores em dois pontos essenciais.Por um lado, recusam-se, de modo absoluto, a admitir, como Platão ou Aristóteles, a existência de realidades inteligíveis, mesmo que concebidas como imanentes ao objeto empírico. Eles se apresentam como empiristas no sentido estrito. É por isso que eles são nominalistas, consideram os conceitos como abstrações e desenvolvem uma lógica original que suprime as classes e que prefigura a lógica proposicional dos Modernos. Assim, eles dão razão, aparentemente, aos pirrônicos contra Platão. Lembramos ainda que o final do século III é marcado pelo triunfo do pensamento empírico.

Mas, por outro lado, os estóicos rejeitam também a antiga física fenomênica. Na realidade, eles consideram a sensação como uma pura e simples afecção concebida conforme o modelo da impressão deixada na alma pelos objetos exteriores. Certamente, a impressão não se confunde com a realidade empírica destes. Portanto, a sensação nada apreende do objeto exterior: ela é passiva. Mas, ao mesmo tempo que a alma recebe a sensação, ela imagina espontaneamente e instantaneamente a causa da sensação; e é por isso que a imaginação é dita compreensiva, porque percebe a causa da qual a sensação é o efeito.

Como se vê, os estóicos contornam a dificuldade levantada pelo estatuto físico do fenômeno, e compreende-se ao mesmo tempo, que neste contexto diferente e renovado, tenham se desenvolvido polêmicas entre os estóicos e os defensores da nova academia.
É por essa época que deve se situar a intervenção de Enesidemo. Sua recusa do dogmatismo estóico consiste, essencialmente, em criticar a teoria da representação compreensiva, isto é, a possibilidade da alma imaginar corretamente e espontaneamente a causa da sensação que ela experimenta, utilizando, segundo um registro filosófico, o antigo modelo físico desvalorizado fornecido pelo conceito de fenômeno. Esta é a razão pela qual ele desenvolve uma série de argumentos destinados a exaltar o relativismo e a mostrar que toda representação, pretensamente compreensiva não pode perceber a essência da coisa. Estes argumentos são conhecidos sob a denominação de Dez Tropos ou Modos de Enesidemo, e é sua exposição que nas antigas Enciclopédias, por exemplo, a de Diderot e d’Alembert, constitui o ponto central da exposição das teses céticas. Nós nos limitaremos, de nossa parte, a apresentar as conclusões a que nos conduziu o estudo destes tropos.

Os tropos ditos de Enesidemo são conhecidos por três exposições sucessivas e um testemunho complementar. A mais antiga versão é a oferecida por Fílon de Alexandria (Da embriaguez, 171-202) e ela compreende oito tropos. O primeiro tropo ressalta a diversidade dos animais e dos órgãos dos sentidos. Ele conclui que as sensações são relativas ao sujeito que as experimenta. O segundo tropo constata que um mesmo homem pode, segundo as circunstâncias, ser diferentemente afetado por um mesmo objeto. O terceiro tropo denuncia a relatividade das circunstâncias, como saúde e doença, sonho e vigília, idade, movimento e repouso, etc., que concorrem para a instabilidade dos fenômenos. O quarto tropo destaca a relatividade dada pelas posições, pelas distâncias e pelos lugares. O quinto tropo considera a quantidade e a composição das substâncias, cujas propriedades mudam conforme a fórmula de sua composição. O sexto tropo é o da relação. Este modo torna-se o mais importante na versão de Sexto Empírico e Diógenes Laércio, pois é o que funda o relativismo universal. O sétimo tropo revela o caracter misturado dos eflúvios provenientes de um objeto exterior. O oitavo tropo constata a diversidade dos costumes, das leis, da moral, das crenças e das convicções.

A essa exposição em oito tropos que se encontra em Fílon corresponde a afirmação de Eusébio, segundo a qual Enesidemo teria formulado nove tropos, assim como a presença, em Sexto Empírico e em Diógenes Laércio, de exposições quase parecidas e que somente diferem pela ordem dos argumentos, que, em compensação, são em número de dez. Nós resolvemos este problema propondo que se considere que a versão retranscrita por Fílon remete a um escritor cético anônimo (e por que não ao tratado de Tímon: Sobre as sensações?), ao qual Enesidemo teria acrescentado um novo modo, aquele que, em Sexto Empírico e em Diógenes Laércio constitui o terceiro e que é relativo à diferença de disposição dos órgãos dos sentidos. Não foi senão mais tarde que Favorinos teria acrescentado um décimo argumento que ocupa o nono lugar na enumeração de Sexto Empírico e constitui uma variação pouco importante sobre o tema da freqüência e da raridade das ocorrências.

Em todo caso, esses argumentos são destinados a contestar o caráter absoluto do conhecimento sensível e a recusar a pretensão dogmática e estóica de escapar ao antigo relativismo. A época de Enesidemo é a do relativismo filosófico. Sem dúvida, é também nesta época que se encontra reafirmada a vocação moral do ceticismo. Se, como pensa P. Couissin, a palavra epoché, isto é, “suspensão do juízo”, foi tomada emprestada de Zenão por Arcesilau e não criada por Pirro, bem que a idéia esteve certamente no próprio Pirro, e é o relativismo filosófico de Enesidemo que melhor contribui para definir a suspensão do juízo como a regra não dogmática da vida cética. O cético denuncia como vãs as concepções noumênicas e, recusando exercer dogmaticamente seu entendimento, limita-se a constatar a relatividade dos fenômenos, opondo entre eles as representações presentes e passadas e tirando de seu conflito argumentos para uma vida tranqüila e silenciosa.

18 comentários em “O Ceticismo

  1. Gostaria de uma informação que refutasse as chamadas Dispensações, em que os evangélicos opóiam argumentos no sentido de autenticar as profecias bíblicas. (elas apontam inícios e términos de períodos da História que parecem se enquadrar nas previsões).

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  2. Não vejo profecia nenhuma. Prever algo que poderá acontecer daqui a 2000 anos é moleza. Pegue o Senhor dos Anéis (o do Tolkien, não o Bíblico).

    Se aquele texto tivesse sido escrito há mil anos, quantas vezes vc veria coisas que aconteceram depois? Até mesmo a 2ª Grande Guerra poderia ter sido prevista, e o Anel do Poder ser uma metáfora para a Bomba Atômica.

    A mim, estas “profecias” alegadas não dizem absolutamente nada de nada de coisa alguma.

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  3. Ser cético é procurar a verdade. – Uma coisa rara é cara.
    Uma jóia barata é uma coisa rara.
    Logo, uma jóia barata é cara! Isso é insustentável apesar de obedecer às regras da lógica. Então não vejo vantagem em ser radical. Ser racional é melhor…mas sem deichar o ceticismo.

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  4. Eu acho que ser algo fácil nos dias de hoje é ser cético. Você não precisa de responsabilidades com as pessoas e sim só consigo mesmo. Eu acho que não é disso que o mundo precisa. De cético já chega o própio mundo.

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  5. Disse o Sampaio: “Eu acho que ser algo fácil nos dias de hoje é ser cético. Você não precisa de responsabilidades com as pessoas e sim só consigo mesmo. Eu acho que não é disso que o mundo precisa. De cético já chega o própio mundo”.

    Sampaio, ser cético, agnóstico, ateu etc., é, antes de qualquer coisa, ter e assumir um compromisso verdadeiro com a própria consciência, além de um certificado de (de um certo modo) não-alienação. Eles têm esponsabilidades com as pessoas sim, e o que é mais valioso, ela, a responsa, é com as pessoas MESMO, e não com quimeras. Isso porque os céticos e cia. sabem-se “sós” no mundo ao lado das outras pessoas, não havendo quem os vigiem do alto, você entende? Ao visto, você ainda ñ entende isso, mas são as pessoas mais verdadeiras, na medida em que suas índoles são boas. Isso porque o que constrói as pessoas não é a religião nem a fé, pois do contrário não se veria tantas atrocidades cometidas por crentes.

    Um conselho: leia a bíblia… mas, seja mais inquieto; tenha contato com “outras” leituras… E, fatalmente, um dia iremos ver um comentário seu, aqui mesmo, contrário ao que fez acima.

    Um abraço.

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  6. Não fui eu não. Pelo que vc mostrou só tinha proselitismo barato e pregações dascabidas. Por isso não permiti a postagem, já que ela é totalmente irrelevante ao que se trata aqui.

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  7. o cepticismo não é a busca da verdade, nem o derrotismo de nada saber ou vir a saber. o cepticismo e em primeiro lugar um ponto de vista critico e analitico. uso as metaforas de Sexto Empirico, como o bisturi e os farmacos, que tão bem descrevem o cepticismo. Este quer pegar nos dogmas, nas “verdades”, e com o seu bisturi abrilas para as poder observar por dentro, o que as constitui? como são formadas? o que as sustenta? e a partir daqui, começa a cortar para analizar os pedaços de modo a refutar o todo. os farmacos e exactamente o medicamento que nos leva a observar Incoerência des verdades impostas, não as aceitando apenas porque dizem que assim é. o ceptico tenta encontrar o equilibrio de possiveis explicações para uma possivel coisa. Para cada argumento, um argumento igual é oposto. não existem verdades absolutas, o que existe é causas opostas e possiveis para o mesmo. Nenhum deles é verdadeiro ou falso, ambos são pausiveis de serem verdadeiros, e é isso que impede a formulação de uma verdade/dogma que tenda a explicar algo com sendo a unica causa e explicação possivel.
    Ser ceptico e ver tudo o que nos rodeia e perguntar como somos afectados e como nos deixamos afectar, no que cremos e desejamos, e de modo podemos ser felizes e sábios!

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  8. Aprendi com o meu professor de filosofia que o ceticismo é uma outra forma de ver o mundo:
    – É uma realidade que não pode ser descoberta, ou seja, alguém que duvida e que usa a dúvida como método.

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  9. Quando concluímos que não podemos saber nada do mundo exterior…Sabemos apenas o que esta no interior de nossa mente, e se existe mundo exterior, sobre este não podemos saber se é tal como nos parece. Conhecemos nossas impressões ou o que os nossos sentidos nos demonstram. Esta visão é chamada de CETICISMO.

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  10. de acordo com Aurélio, ceticismo, dentre ontras afirmativas, é:
    cepticismo
    [De céptico + -ismo.]
    Substantivo masculino.
    1.Filos. Atitude ou doutrina segundo a qual o homem não pode chegar a qualquer conhecimento indubitável, quer nos domínios das verdades de ordem geral, quer no de algum determinado domínio do conhecimento. [Cf. dogmatismo (1).]

    2.Hist. Filos. Na Antiguidade, designação das doutrinas dos filósofos gregos Pirro (v. pirronismo), Carnéades de Cirene (séc. II a. C.), Enesidemo (séc. I a. C.) e Sexto Empírico (séc. III a. C.), caracterizadas principalmente pela adoção do princípio da antilogia (q. v.), que, no plano moral, conduzia à ataraxia (q. v.).
    3.Estado de quem duvida de tudo; descrença:
    “Essa incredulidade, esse cepticismo apaga a fé” (Joaquim Manuel de Macedo, Os Romances da Semana, p. 251).
    [Var.: ceticismo.]

    portanto, quem duvida de tudo; descrença: poderia fazer uso de um medicamento mesmo não sendo ele o quimico responsavel?
    observe que se o paciente estiver em estado terminal, não haverá de confiar em alguem, nesta caso o médico, os medicamentos prescritos etc?

    Rubens Alves prfessor emérito da UNICAMP, escreveu em um de seus livros:

    “quando lhes faltam os recursos da ciencia, os homens procuram os deuses, os guias, os xamãs,…
    tudo para que obtenha a cura..

    gostaria de ver este ser humano nesta situação terminal duvidando de tudo e de todos?!

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  11. Sua proposição é idiota. Não tomo remédios porque eles são mostrados na TV por atores engomadinhos com um jalequinho branco.

    Remédios são o resultado de anos de pesquisa, passando pelo crivo de inúmeros profissionais.

    Diferente de um pastor semi-analfabeto que diz que eu vou pro inferno se não acreditar no livrinho dele.

    Qualquer doente em estado terminal, sendo cético ou religioso, vai ter o mesmo destino. O engraçado é que religiosos têm taaaaaaaaaaaanta fé. Mas na primeira dorzinha correm logo pra farmácia.

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  12. O cepticismo não tem como e de fato não precisa atuar contra a fé (porque esta pressupõe a dúvida). Ele só terá significado e real importância se conseguir atuar contra a crença — esta que nega tanto a dúvida quanto a fé.

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