Quanto oxigênio havia há 1,4 bilhão de anos?

O oxigênio bem mostra como a Química está pouco se importando com o resto. Primordial para uma guinada evolutiva, o oxigênio, este sacaninha, foi o responsável pela primeira grande extinção, quando organismos fotossintetizantes começaram a produzi-lo em larga escala. Só que a Seleção Natural dá, a Seleção Natural tira. O oxigênio é um gás extremamente oxidante (d’Oh!) e, por causa disso, ataca tecidos, degrada proteínas e manda seres vivos pra vala, na paz do Nosso Senhor Design Inteligente. Tempo passou e a Seleção Natural selecionou naturalmente aqueles que tinham condições de viver em uma atmosfera rica de oxigênio.

Normalmente, pensa-se que a ascensão dos animais na Terra se deveu às grandes quantidades de oxigênio, mas uma pesquisa recente mostra que muitos antes dos animais surgirem, já havia oxigênio suficiente para sustentar vida animal. Se eles só surgiram milhões de anos depois, é outra história.

A drª Emma Hammarlund é pesquisadora do Centro Nórdico para Evolução da Terra, ligado ao Departamento de Biologia da Universidade Meridional da Dinamarca. Sua pesquisa rebate a tese que o surgimento do reino Animalia ocorreu quase concomitantemente. Pelo contrário, apesar dos primeiros animais terem surgido há cerca de 600 milhões de anos, já havia oxigênio suficiente para eles uns 800 milhões de anos ANTES do primeiro animal ter aparecido na face da Terra. Consultei minha Bíblia aqui e ela não soube me dizer se havia oxigênio. Ela nem fala de oxigênio. Minha conclusão é que se não está na Bíblia é mentira, e oxigênio é invenção dos neo-ateus para atacar a moral da família cristã.

Hammarlund o demônio das profundezas estalou o chicote e mandou os serviçais analisarem as amostras de sedimentos de uma formação rochosa em Xiamaling, na China. Essas análises revelaram que, naquele local, havia um oceano profundo há 1,4 bilhões de anos, com evidências que havia, pelo menos, 4% da concentração de oxigênio dos dias de hoje. A pesquisa foi publicada no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences.

Não, péra! Como assim olhou para um punhado de terra e viu que ali tenha um oceano, vestígios de oxigênio etc? Isso é coisa que vocês, ateus, estão inventando para não assumir que o Criacionismo é fato!

Até seria, se fosse dessa forma. O que os pesquisadores fizeram foi analisar as rochas locais quimicamente. Encontraram resíduos salinos e, não só isso, moléculas orgânicas que comprovam vestígios de seres vivos. Estas moléculas são chamadas de “biomarcadores” e ajudam a estimar quanto de oxigênio havia naquela profundidade. Mas só isso não basta. Através de modelagens computacionais, a drª Hammarlund e seus colaboradores conseguiram ter um vislumbre da concentração de oxigênio na atmosfera que envolvia o respectivo oceano. Várias técnicas, várias análises, para, juntas, proverem subsídio científico para conclusões que, como meta final, não parecia ser possível com cada peça do quebra-cabeças examinado individualmente.

Tá, ok. Vamos supor que seja assim. Pelo resultado, a quantidade de oxigênio não serviria para uma vaca.

Mais ou menos. Contudo, devemos lembrar que os primeiros animais eram muito mais simples, como esponjas, por exemplo. Se nossas atuais esponjas conseguem viver com muito menos oxigênio do que temos atualmente, viver há 1,4 bilhões de anos não seria diferente para nenhum animal, mesmo tendo os animais surgidos muito, mas muito tempo depois.

6 comentários em “Quanto oxigênio havia há 1,4 bilhão de anos?

  1. O artigo ficou top, só faltou citar o fato de q nem todos seres vivos necessitam do oxigênio para sobreviver, ai ficaria melhor ainda.

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    1. Me desculpe, mas essa não é uma informação relevante para o artigo, uma vez que o assunto é a quantidad de oxigênio em determinada época, diferentemente do que se pensava!

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  2. Tenho percebido uma certa profusão de pesquisas lideradas por nórdicos aqui no Ceticismo.net. (ou será só uma impressão equivocada?)
    Esses caras não têm mais o que fazer da vida? (sim, é inveja que não tem noticias de brasileiros fazendo ciência….)

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